segunda-feira, 29 de abril de 2013

Emails

Felipe Sut <felipe.sut@gmail.com>
24/11/12
para LORRANA, Luísa, Ian

Seguinte: falei com a Luísa agora, se vocês toparem, deixamos pianinho nesse início pra ver qual é, Luísa sugeriu fazermos uma vez só por semana. Falo por mim, tô preocupado com a sobrecarga presse semestre. Enfim, tá no início mas já tô com azia por antecipação. Aí se pudermos fazer às sextas acho que é bacana. Luísa só pode nesse horário de 12h às 17h, podemos fazer aí ou de 13h às 17h, etc. Conforme a necessidade, acho que podemos usar a quarta à noite, caso Lorrana tenha também.

Hamm, acho que por enquanto é só. Leiam o conto e a peça. Vamos discutindo, tragam sei lá dúvidas, observações. Se pudermos começar já sexta que vem. Eu vou levar coisas pra experimentar.

Queria, viu Lorrana, permanecer indo lá pro treinamento quinta, mas aí podemos ver se na sexta a gente faz uma versão otimizada pra dividir com essa experimentação com o texto, e sobre o texto.

E mais uma coisa, que eu tô achando importante subllnhar: PENSEM EM MANEIRAS DE ABORDAGEM DO TEMA. Quer dizer, o tema pode ser parecer a coisa de condição humana, binômio terrível ok, mas pra transmitir isso pura e simplesmente é melhor ficar em casa coçando o saco assistindo Bergman. Condição humana do tipo, como uma noite mal dormida aparentemente é uma estupidez mas representa basicamente um sintoma de uma vida ruim, ou não, ou outra coisa, ou melhor, sofrer de insônia, bem mais que apenas uma noite mal dormida (Tem um texto do Tchekov que o Thomas Mann cita num ensaio dele, que fala de uma insônia honrosa, por parte de uma mulher que apesar de riquíssima herdeira, não consegue dormir, o interlocutor dela diz, é porque você é rica pra caralho). Ou a noção de tempos idos, o apego total ao passado (tem uma música de uma banda inglesa The The que fala assim "é curioso como quando envelhecemos nos apegamos ao passado como nos apegamos ao ar, e nos sentimos nostálgicos com coisas que talvez nem tenham acontecido", meio brega, mas eu gosto), e a necessidade de não só a busca pela felicidade, mas a afirmação imediata de que o se vive agora é a felicidade.

Não podemos nos ater à noção idiota de que isso é o que queremos expressar agora e por isso já é suficiente, por que é honesto espontâneo orgânico - só porque é genuíno não quer dizer que é bom ou válido, não quer dizer nada a não ser que é genuíno.

Falei com o Ian ontem, tava pensando numa ferramenta que não sei bem como usar: a supressão. Lorrana falou, acho que era sobre o teatro nô, em como um movimento tal seria executado não até o "seu fim", mas de certa maneira "interrompido". Posso ter falado uma barbaridade, espero que você tenha se lembrado, Lo. Enfim, queria ver o que se pode fazer com essa noção aplicada à fala. Na esteira daquela ideia de não deixar o espectador com a fábula sobre controle, de não procurar estabelecer a empatia imediatamente - uma maneira que eu vislumbro pra isso, é a produção de incompreensões.

Me explico: o Beckett bota um pouco isso dentro da peça - mais que a incompreensão inicial (que seria o fato insólito de a Winnie estar enterrada no morro), é a interpelação dessa compreensão - lá pelas tantas no texto, a Winnie fala de um casal que a vê de longe, e faz perguntas sobre por que ela está lá, e outras do tipo, por que ele (Willie) não a ajuda a sair, etc. Em algum lugar no livro depois da peça, rola o comentário (ou do Schneider ou do Beckett) de que seria o Beckett botando a dúvida dos espectadores no palco.

O Graciliano: Sim ou Não? Pode-se pensar: como assim sim ou não? sim ou não o que?

Chega de encher o saco de vocês por ora.

Resumo do email:

1. Fazermos apenas às sextas. talvez de 12h às 17h. O que acham? (Pretendia fazer treinamento com Lorrana às quintas de manhã)
2. Leiam o conto e a peça. Pro dia 30, acho melhor começarmos pelo Insônia. É curtinho, se puderem trazer lido é a boa.
3. Pensem em maneiras de abordagem do que vocês acham ser o tema. Como poderíamos comunicar, tanto as palavras dos dois, quanto esse tema.
4. Pensei em trabalhar com uma ferramenta: a supressão. O que acham?

e chega
beijos


Luísa Reis <luisa_reis_13@hotmail.com>
29/11/12
para mim, lorrana, ian

Bom, começando pelo mais fácil: os textos. ainda não li o dias felizes, li o insônia, achei do caralho, mas bate um medo terrível de ser só mais uma ceninha com pessoas dizendo um texto foda de uma forma bonitinha. vamos correr disso, por favor. acho que pensar em beckett e supressão já é do caralho, vou rever minhas notas da aula da flora (aed), porque ela trabalhou mais pro final com interrupção e supressão (sut, lembra disso ou eu inventei?).

Mas sut, manda aí as referências direitinho do texto do thomas mann e da música pra gente ir criando uma bibliografia de estudo. eu lembrei por alto de um conto do rubem fonseca, vou reler e se tiver mesmo a ver eu mando pra vocês. mas acho legal a gente se firmar no insônia e no dias felizes, trazendo os outros pra pontuar uma ou outra coisa nos estudos. uma coisa que eu pensei, pra gente não ficar só numa de ler junto os textos, seria de cada um destacar trechos que ache relevantes da peça ou do conto, daí a gente lê junto e discute o trecho, o que acham?

agora sobre os horários, que é mais difícil: acho que devemos esperar o encontro de domingo na casa da lara pra ver os nossos horários, porque com a temporada do horácio vamos precisar mexer nos horários do TARJa. no domingo vamos ver com quem tiver lá como vão ser as coisas, e daí a gente tem uma panorama mais definido.

por mim, a gente pode começar amanhã de 13h às 17h com a lo chegando atrasada. se não tiver sala na unirio (acho que não tem, já que ninguém foi lá hoje pegar) a gente pode se encontrar aqui em casa e fazer um ensaio de mesa, sei lá, ler a peça juntos (hahaha, justo o que eu disse pra não fazer, mas ok). ou deixamos pra lá e começamos dia 14 (já que dia 07 a lo e o sut vão estar no amok). bem, aguardo a resposta de vocês. se ninguém falar nada é porque não tem, como disse o sut.

beijos

p.s.: não queria deixar morrer não, fiquei empolgada com a parada! poxa, nós somos só 4, não é possível que a gente não arrume horário pra se encontrar, cazzo!

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