"Tem a frase do Banksy que eu gosto,
antes de dizer porra, pode crer, é isso ou achar porra nada a ver esse maluco,
pensar a respeito: pessoas que acordam cedo causam guerra, morte e fome (“People who get up
early in the morning cause war, death and famine”.) Tem uns versos do Arcade
Fire que eu gosto: Você não confiaria num milionário citando o sermão da
montanha/ eu costumava pensar que eu não era que nem eles/ Mas agora tenho
minhas dúvidas a respeito (City With no Children). Tem a ideia do Camus de que é
difícil (ou não se pode?) falar da angústia humana sem querer fazer ao mesmo
tempo um manual da felicidade. Tem o conceito de biopoder do Foucault, que não
se trata de considerar um poder vertical que oprime geral, mas também que o
poder se exerce rizomaticamente, micropoliticamente, nós sendo centros de
transmissão, e que na contramão dele, descobrir as igualmente rizomáticas,
praticadas em rede, formas de potencialização da vida. Tem o conceito de
hospedar o opressor do Paulo Freire que eu conheci numa música do Tom Zé. Por
falar em Tom Zé, tem a 1, 2, identificação que é genial, não dá nem pra citar
um pedaço, tem que ser ouvida e lida inteira. Tem a do Lupicínio Rodrigues que
eu também conheci via Tom Zé, Dona Divergência, “a grande luta em que a humanidade/
em busca da felicidade/ combate pior que leões.” Tem este ideal babaca de que
fala o Guattari no Revolução Molecular, o cara irritadiço e violento, fatiado
pelo capitalismo. Tem o fato de que o dizer-a-verdade não pode comparecer na
democracia por incompatibilidades estruturais. Tem o Camus de novo, quando ele
fala que é preciso imaginar Sísifo feliz. Hem? Feliz e imóvel. A terra está
imóvel como eu. Já passa da meia noite. Jamais houve tamanho silêncio. A terra
poderia ser desabitada. Um grande vento se derrama gemendo sobre os quintais
vizinhos. Um zumbido longo de abelhas. O mesmo que ouço todos os dias." Felipe Sut, diretor
"O Insônia é um projeto ainda sem nome e sem formato, mas com blog de processo, de modo que pode ser chamado de 'contemporâneo'. É uma produção do Grupo TARJa, o que nos leva a crer que vai ser bom." - Luísa Reis, produtora
"para mim o insônia traz a minha vontade de rolar no chão ouvindo músicas com outras pessoas - e, de quebra, fazemos ótimas discussões existenciais. Também acho que o projeto trata do nosso medo e da nossa vontade de se aproximar dos outros. Não estou falando 'nosso' genericamente, tipo 'toda a humanidade'; mas sim, meu, da laura, da luisa, do sut, do reinoso... Mas como já disseram uma vez, as vezes o mais pessoal é exatamente o mais universal" - Ian Capillé, ator
" Um primeiro encontro com um mundo/universo/trabalho novo. Com pessoas conhecidas. Conhecer a atmosfera e entrar nela. Corpo. Corpo. Corpo. Palavras de um alguém diferente. Palavras de comando novas. Velhas palavras vindas de uma nova boca. Conhecer, se adaptar, entender esse comando que vêm de forma pessoal; sempre.Uma história, um homem, uma luz, um cigarro, um sonho, talvez, uma realidade, talvez, ser feliz, talvez, porque? Ser feliz! E quando não? Insônia. Talvez.Um segundo encontro. Tempo. Ideias. Corpo. Força. Fraqueza, externa. Dúvidas literárias e de cena. Cena? Juntar fragmentos, colar, fazer ter sentido. Sentido pra nós, primeiro. Cabelo, barriga, mão, pele. "O mais profundo é a pele". Preto e branco. Choro, riso. Ouvir.Vai e vem. Corpo. Ausência. Juntos pela distância. Sem camisa, roupa. Cinza, textura. Vidro líquido. Falta de espaço. Relação. Triângulo quadrado. Texto. Texto que facilita e complica. Ser claro! Para os outros. Ceder as coisas/figuras/recursos óbvios? Ir, vir. Conversa, junção, tentação, tesão, processo, festa processo, palco processo, luz. Tudo muda com amor. 'Amor é bicho instruído meu bem'. " - Laura Collor, atriz
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