Bom, a história é que depois de ler Insônia,
um conto do Graciliano Ramos, nos ajuntamos sob minha sugestão na tentativa de
fazer alguma coisa com ele cenicamente falando. Bacana. Aí, fizemos alguns
ensaios (nós nesse caso significa uma parcela do TARJa), e começamos a levantar
a bola de fazer um blog pra fazer uma espécie de registro do processo. Eu vinha
escrevendo coisas a respeito dos ensaios que achei que talvez fossem
interessantes de se expor pra todo mundo, que talvez viesse a interessar. Ou
por outra, lidarmos com a ideia de que talvez alguém visse o que escrevêssemos
a respeito do que discutíssemos, e que tivéssemos aí que responder pelo que
disséssemos. Alguns fóruns ou coisa assim.
Quer dizer, em outras palavras, uma espécie
de depósito de impressões, mas que não tem a salva guarda própria de um diário
particular, em que cabe a você mesmo um movimento de crítica de si próprio, mas
lidar com a possibilidade da problematização provinda de outra pessoa. Tendo
sido a problematização feita ou não, o que pode ser meio paranoico. Mas não é
essa a questão. De tornarmo-nos paranoicos com relação à (ideia de) validade de
nossas ideias, quer dizer. Gostamos de pensar numa espécie de interpelação possível neste canal. De também nos interrompermos, e eventualmente quem sabe, o "retiro o que eu disse". Não se trata também de procurar registrar seja lá o
que for com a perspectiva de aquilo será de algum modo refutado e nos acusarão
de alguma coisa. Não, aí é melhor fazer outra coisa, ou simplesmente não fazer
este blog.
Mas a intenção que procurei expor pra Luísa,
Ian e Reinoso foi (que não precisei na verdade porque eles embarcaram na ideia
sem ser necessária a profusão de justificativas que julgava que tinha) a de um espaço
pra registrarmos coisas que pensamos a respeito desse processo para que
possamos lê-las e ter a clareza a seu respeito que não temos quando elas vagam pelo pensamento.
Isso mais o contato com quem está de fora.
Isso mais referências de textos e imagens que queiramos dividir com todos.
Enfim, mais o problema de saber se de fato vai ser interessante essa abertura
de processo.
Coisa que discutimos, a ideia de blog de
processo ou seja lá o que for de processo não é nada nova, e às vezes talvez
seja mais fácil aceitar a ideia antes de pensar, “bacana, mas e daí?”. Então, o
blog é pra tudo isso que eu falei acima, mais o fato de nos botarmos à prova:
se conseguimos fazer algo interessante pra nós e pra quem possa se interessar,
e se isso influi no processo da cena, ou melhor, no que fazemos quando vamos à cena. Tomara.
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