Felipe Sut <felipe.sut@gmail.com> 4 de ago para Ian, Rodrigo, Laura, Bianca, Luísa gente, é preciso que mandemos os nossos horários pra fecharmos essa fatura e termos somente o trabalho de ensaiar no hostel e divulgar a peça que já não será pouco. |
lembrando que a parada
lá é bom que role entre 14h e 22h
meus horários:
segunda: de 19h em
diante (tenho paciente de 21 às 22h na segunda mas é possível trocar, de
qualquer modo haverá um dia em que preciso atendê-lo)
terça: de 17h em
diante
quarta: de 18h em
diante
quinta: de 20h em
diante
sexta: tenho a tarde
ok
sábados e domingos ok
temos que resolver se
vamos gravar algum(ns) vídeo(s) de divulgação ou se entendemos que será
trabalhoso demais e é melhor focarmos em outras coisas. Talvez, sugiro e quero
saber o que vocês pensam, seja importante uma reunião pra discutirmos essas
coisas, algo como uma reunião de produção. E é necessário que cumpramos os
prazos que nós estipulamos, se não de nada servem os prazos, de nada servem as
reuniões, de nada serve que sejamos responsáveis pelo que assumimos a
responsabilidade.
tive uma conversa agora
com a Luísa falando sobre o cuidado com essa nossa peça, ou o carinho, palavra
que Laura uma vez usou.
Sinto que o Insônia
foi muito uma visada da vida segundo um tempo e contratempo da vida que
vivíamos, e ok, uma certa clausura louca (é tão assim que às vezes me esqueço
que o texto é do Graciliano e do Beckett e não nosso, ainda que de certo modo
nosso), uma coisa autossuficiente mas ruim, uma bad trip dos infernos.
Eu vivo outra coisa
hoje e esse é um dos motivos que me tem sido um pouco difícil estar por aí com
o Insônia. Sustentar a posição que o Insônia coloca, algo como variações sobre
o tema de que a vida é uma merda, um chafurdar na lama específico.
Enfim. Foi muito
importante, senti, o último ensaio com Laura antes da viagem, porque de repente
apareceu uma coisa que vinha não aparecendo. Uma lentidão, um ritmo que
permitia alguma coisa que não estava sendo permitida, que estava sendo ignorada
ou escondida numa palavra dita depressa, numa inflexão estranha. Agora não,
agora havia uma tensão importante que se impunha com muita força.
Talvez esse o maior e
melhor contato que podemos ter com a peça agora que já sabemos fazê-la.
Abri-la pra fazer aparecer outras coisas.
Acho que a circulação
com a peça já não será muito pra além do hostel e fitu e talvez hífen. Talvez
alguns festivais interessantes que pintem por aí, mas não tanto algo que
precisemos a toda hora procurar mostrar pros outros...não sei se isso é de um
lugar tímido ou preguiçoso ou se realmente eu estou falando algo interessante.
Sinto, e não sei se vocês também sentem algo parecido, que precisa-se de outras
coisas. Não sei bem o que digo com isso...mas enfim.
Talvez o Insônia seja
demais alguma coisa pra durar tanto tempo. As maneiras de durar são descobrir
nele coisas que são difíceis de ver. Peter Brook fala de tornar visível o
invisível...então temos o trabalho de tornar visível o invisível que insiste na
invisibilidade no já tornado visível. Talvez seja mesmo muito fugaz...
E a peça é quase um
manifesto contra a possibilidade de descobrir coisas difíceis de ver. A vida é
uma merda e ponto final. Mas e se: A vida é uma merda e... ponto final. Isso é
outra coisa, um mundo de diferença.
Em suma, sei lá, vamos
sabendo juntos.
mandem os horários
beijos
Ian Capille <iancapille@gmail.com> 4 de ago
para mim
horários: |
só temos duas semanas
até a re-estréia, o que quer dizer que é relativamente flexível pra mim.
O que é invariável é
que trabalho 4/dia, sendo de manhã ou a tarde, normalmente de 14h-18h, se
diferente disso, então tenho que avisar/perguntar, ou seja, o que quer que
decidamos, precisa ser com antecedência.
Segundas eu tenho aula
de manhã e de tarde.
Quarta tenho aula de
manhã.
sobre o que você
escreveu:
curioso. diria mais,
curiosíssimo. Eu pensei algo parecido. Em resumo, pra não te repetir,
associo/associava (ainda não sei qual tempo usar) o Insônia a uma certa bad
trip (ótima escolha de palavra, tem aproximação com consumo de drogas) de que a
vida é uma merda ponto. Talvez fosse mais que isso, mas pra fins de conversa,
deixa o resto quieto. A vida é uma merda ponto. E isso era muito do que me
perseguiu naqueles dias, em especial quanto mais próximo das apresentações e
nas apresentações, era isso que me "preenchia" - :p - como ator pra
atuar. A vida é uma merda ponto. Bom isso, muito bom. E talvez agora
simplesmente eu não pontue mais desse jeito, como você já colocou. Outro lugar.
Mas naquele último
ensaio - não sei se o último com a Laura, acho que sim - alguma coisa me bateu
diferente e me pareceu que sim, eu ainda escrevo isso e ainda faz parte me
"preencher" disso, mas esse meu outro lugar facilitava dizer
aquele texto inicial, no que diz respeito às variações de tom que, pela
primeira vez, eu achei que toquei em alguma coisa (que tivesse a ver com algum
ponto que queria alcançar e não um certo "estado" que colocava o meu
tom intuitivamente "no lugar" - ou próximo do "lugar"; não,
pelo caminho inverso, algum certo controle que tinha a ver com esse outro lugar
e com um domínio outro que não vinha de nada intuitivo, nem inconsciente, era
deliberado e repetido - um beijo pro GC)
Bom, só isso. Em algum
lugar que eu também não sei se é preguiça ou é honestamente uma percepção
honesta de que a circulação da peça é isso que estamos vislumbrando agora. Mas
acho isso principalmente por esse novo entendimento daquela mesma frase.
Entendimento que com certeza vem da nossa pesquisa. Eu já disse que Crimenorme
pra mim está na mesma pesquisa, mas de um outro ponto, algo pra uma câmera,
claro.
Estou com dor de
ouvido, vou parar por aqui.
Acho bacana a reunião
de produção.
abraços,
ian
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